Faz força os pulmões para inalar ar rarefeito
Sangue nas veias mas sem o ímpeto do coração
Passa o tempo devagar, este algoz insuspeito
De novo e de novo o desgaste da reconstrução
Sei o antídoto, mas não vislumbro seu efeito
Viver sem sonhar de novo e de novo é obrigação
O espinho alojado dentro do meu peito
Não sangra mas não cura, sem consideração
O sol tenta desfazer o céu escuro e nublado
Olho para trás e não dou um passo, hesitante
Olho pra frente e tenho que seguir, relutante
Lágrimas lavam o meu corpo fustigado
Olho para o horizonte trêmulo e inconstante
Meu caminho, eterna melodia dissonante
Ébrios da Ilusão
domingo, 24 de maio de 2020
sábado, 18 de janeiro de 2020
O que restou
Só me restou eu mesmo
A cerveja, o cigarro
e minha solidão
Um pouco de filme, um
tanto de música
E muitos pedaços de
mim pelo chão
Você foi embora e a
esperança ficou aqui
Mas ela também partiu
na contramão
Esvaziou minh'alma,
tirou a calma
Deixou-me o pranto e a
desilusão
Mas acordo todo dia,
mesmo em vão
Sem saber o que
procurar, encontro então
Um pouco de vida, um
cheiro de morte
E o que restou do meu
coração
domingo, 12 de agosto de 2018
Águas da Ilusão
No leito da dor que me banhava
Nadei contra a corrente do sofrimento
Agarrei-me a coragem que me restava
Antes de chegar à foz, derradeiro momento
O rio de culpas que me espreitava
Tortura sorrindo, como a contento
Afogar-me no mar seu intento
Oceano de dores que me afogava
No abismo obscuro em que eu caía
Redemoinho de ilusões que me engolia
Águas revoltas, maré sem direção
Perdi-me em alto-mar, voraz vazio
Navegante só, neste infinito sombrio
Barco à deriva, o meu coração
Recanto das Letras
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