domingo, 24 de maio de 2020

E quando a esperança acaba?

Faz força os pulmões para inalar ar rarefeito
Sangue nas veias mas sem o ímpeto do coração
Passa o tempo devagar, este algoz insuspeito
De novo e de novo o desgaste da reconstrução

Sei o antídoto, mas não vislumbro seu efeito
Viver sem sonhar de novo e de novo é obrigação
O espinho  alojado dentro do meu peito
Não sangra mas não cura, sem consideração

O sol tenta desfazer o céu escuro e  nublado
Olho para trás e não dou um passo, hesitante
Olho pra frente e tenho que seguir, relutante

Lágrimas lavam o meu corpo fustigado
Olho para o horizonte trêmulo e  inconstante
Meu caminho, eterna melodia dissonante

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